Carros elétricos testados em Curitiba. Foto: www.fotospublicas.com.br
LEÃO SERVA
O Salão do Automóvel, em São Paulo, apresenta vários carros elétricos ou híbridos. Há também os que estão preparados para serem dirigidos por controle remoto ou por computação, carros autônomos. É uma tentativa da indústria automobilística sobreviver à decadência do automóvel como solução de mobilidade. Jogando na confusão entre os problemas provocados pelo carro (como se a poluição fosse o único ou preponderante), as fábricas de carros tentam convencer o mundo de que se os motores forem elétricos "tudo bem".
Não é tudo bem. O automóvel guiado por controle remoto busca renovar a
imagem do produto dominante da economia do século 20 que vive acelerada
decadência no século 21. Em todo o planeta, a imagem dos autos passou a ser
associada a poluição, tortura, estresse, congestionamento e lentidão. O carro é
o cigarro do século 21, como diz o urbanista brasileiro Jaime Lerner, mesmo quando não polui.
Não é para menos, todas as grandes metrópoles têm mais
carros registrados do que cabe em suas ruas. São Paulo é um exemplo perfeito:
com mais de sete milhões de carros emplacados mas só cerca de três milhões
circulando diariamente, quando um percentual maior de gente tira seu veículo
particular da garagem, a cidade para. Por isso, a velocidade do deslocamento no
trânsito das grandes cidades é pouco maior que o do pedestre, semelhante ao da
charrete e menor do que o de bicicleta, todas tecnologias antigas.
E aí reside a mentira de quem tenta vender como solução a
nova geração de carros que vem por aí: mesmo que todos os atuais fossem
trocados por automóveis elétricos e autônomos, o congestionamento seguiria
igual. Simplesmente não há espaço para eles.
O carro é como o dinossauro: precisa ser extinto para dar
lugar à dominação de uma nova espécie. Mesmo que o filme "Parque dos Dinossauros" se tornasse realidade, os brontossauros não sobreviveriam no mundo de hoje. Nem se daria bem um Tiranossauro Elétrico. O destino do carro como o dos sauros é a extinção.
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